O título deste post foi dito por Ziraldo, cartunista e jornalista brasileiro. O estranho é que mesmo conhecendo seu trabalho desde minha infância eu nunca havia me deparado com esse bordão do cartunista. Somente agora, depois de sua partida é que vi essa frase pela primeira vez. Infelizmente nossa correria do dia a dia nos limita e acabamos deixando de lado a oportunidade de conhecer muita coisa legal e tanto conteúdo valioso. Reservei um tempo para escrever esse texto, fazer um desenho e gravar um vídeo para fazer minha homenagem de gratidão a esse grande intelectual brasileiro. Ziraldo Vive!
A importância da leitura na era digital
Infelizmente, não é difícil encontrarmos muito conteúdo fútil na internet. Muita gente falando tanta coisa sem embasamento e sem valor algum. Tem muita criança, adolescente e jovem cada vez mais sem paciência para se envolver com coisas mais duradouras. É um imediatismo que assusta. Já faz um tempo que eu venho dizendo que nossas crianças e jovens precisam de mais páginas e menos telas. Agora, refletindo sobre essa frase do Ziraldo vejo que realmente é por aí. O que falta ao nosso país é a leitura.
Li um texto publicado pelo site ofaj.com.br que cita como fonte o Jornal do Brasil e autoria do próprio Ziraldo, onde ele dizia que, viajando pelo Brasil se deparou com escolas públicas onde alunos de 4ª série ainda são analfabetos. Pode isso? Como um aluno passa de ano sem saber ler. Onde a cosia se perde? Não podemos reprovar alunos? Falta algo na escola? Pode até faltar, mas imagino que o problema não é exatamente a escola ou o professor. Hoje como pai vejo que o problema pode estar em nós.
O incentivo é fundamental
Eu gosto de leitura porque fui incentivado o tempo todo por meu pai. Ele não tinha dinheiro para comprar sequer um Gibi para mim e meus irmãos, mas sempre conseguia um livrinho diferente ou um gibizinho velho sem capa ou rasgado para nós. E o mais legal é que ele lia com agente. (Acho que essa é uma das lembranças mais legais que tenho dele) Imagino que seja isso que esteja faltando. Mas isso é minha opinião pessoal. Nada de estudo ou pesquisa. Apenas o que eu percebo dentro de meus limites. Sinceramente, todos nós devemos levantar essa discussão e buscarmos um caminho.
Toda criança e todo adulto deveria ler
Ziraldo fez muito bem sua parte. Criou personagens que conquistaram gerações e com certeza ficou eternizado em nossa cultura. Valorizou nosso folclore, escreveu para crianças, enfrentou a ditadura militar como editor de um jornal de resistência chamado “O Pasquim”. Seus livros e quadrinhos estão espalhados por bibliotecas públicas em todo o país.
Como eu gostaria que todas as crianças sentissem a alegria e a diversão ao pegar um livro do Menino Maluquinho na biblioteca da escola. Aquele molequinho com uma panela na cabeça representava o auge da rebeldia infantil. Ler suas peraltices em casa, no bairro e na escola inspirava uma infância saudável. Coisa que vejo cada vez mais distante de muitas crianças hoje em dia.
Mais páginas e menos telas
Quem dera, ao invés de entregar um smartphone para uma criança, os pais dedicassem alguns momentos de seu dia para leitura com seus pequeninos. Assim como meu velho pai fazia comigo e meus irmãos, lendo um Gibi, uma literatura de cordel, um almanaque ou apenas mostrando as ilustrações de algum outro livro velho que ele trazia para casa.
Hoje a criança vai para a escola mais cedo e já se vê diante da entrega de resultados. É aula de inglês, informática, artes, redação e tanta coisa que muitos já enxergam a escola como um martírio. Talvez o que possa estar faltando seja justamente isso. O hábito da leitura. A aprendizagem e o estudo deixam de ser prazerosos se o gosto pelas letras e pelos livros não existem. E para que exista é preciso o incentivo, o contato e a liberdade de escolha por títulos da preferência de cada um.
Imagino que além de sua obra, esse pensamento deixado por Ziraldo seja seu maior legado para as gerações futuras. Vamos incentivar a leitura das crianças para que esse hábito os torne pessoas independentes, críticas, criativas e construtivas.
Fica aqui a reflexão e agradecimento de um professor de artes e amante das letras. Se gostou deixe seu comentário aí e pode compartilhar o conteúdo.
Marcos Antonio
Designer & Professor de Artes