Apaixonado por HQs desde sempre, sempre acompanhei com admiração os relatos, reportagens e conteúdos sobre eventos como o FIQ - Festival Internacional de Quadrinhos de Belo Horizonte. Este ano, finalmente tive a oportunidade de vivenciar essa experiência incrível e me tornar parte da comunidade quadrinística.
Com planejamento e organização, consegui participar de dois dias do festival e me encantei com tudo o que vi e vivi. Neste post, compartilharei minhas experiências inesquecíveis no FIQ 2024, desde conversas inspiradoras com autores e artistas até oficinas que me aprimoraram como entusiasta de quadrinhos. Vamos curtir essa jornada pelo Universo dos Quadrinhos comigo? Boa leitura.
A receptividade dos artistas e autores
Cheguei no evento na sexta-feira, dia 24, já no terceiro dia. Tratei logo de fazer um reconhecimento de todo o espaço passando pelos stands das editoras, mesas de artistas, espaços fechados onde aconteciam as mesas de debate e oficinas. Já de início vi alguns autores conhecidos, os quais eu tenho obras adquiridas em sites de financiamento coletivo e suas obras. O que gostei foi da receptividade desses artistas. Todos muito receptivos e quando chegava diante das mesas logo já puxavam conversa, apresentavam seus trabalhos, e falavam sobre eles. Fiz questão de parabenizar aqueles que já acompanho a mais tempo por seus trabalhos e fazer uma foto para registrar a ocasião.
Além de ver as mesas e falar com autores, outra coisa legal foi conhecer algumas editoras de perto. O pessoal da editora Ultimato Bacon, IndieVisivelPress e Ugra Press são muito atenciosos e pude trocar uma prosa com eles também. Foi bom conhecer seu trabalho, ouvir sobre seus projetos e seus artistas publicados.
Mesa redonda e rodada de conversa com temas atuais
Mas não foi só com autores e editoras que eu dediquei meu tempo nessa epopeia quadrinística. Pude assistir algumas rodadas de conversas com autores e artistas nas mesas redondas, onde foi abordado política, livros didáticos, processos criativos e muita discussão acalorada e inspirada.
O espaço das mesas redondas era restrito e precisava retirar senha para participar. Com uma duração de uma hora cada, deu pra intercalar e pegar boas conversas. Para quem gosta da produção de conteúdo sobre o tema é preciso aproveitar ao máximo, pois dali conseguimos retirar muita informação para publicar nossas postagens tanto no blog quanto no canal do Youtube. Por tanto aguardem que o conteúdo futuro vai ter um ingrediente a mais.
As oficinas para futuros artistas e quadrinistas
Se tem uma coisa que foi mais concorrida do que seção de autógrafos foram as oficinas. Cara, que dificuldade para conseguir uma vaga. Tive que ir para a fila uma hora antes e aguardar liberação de senhas. Consegui participar de duas muito legais. Uma delas foi a oficina com Rafa Pinheiro da editora Guará e Inko escola de desenho. Ele ensinou perspectiva. O tempo foi muito curto, mas ele soube mostrar de forma bem didática e direta como se pensa perspectiva, com linha do horizonte, pontos de fuga e composição de cenários. Até servi de exemplo para o desenho que ele fez para a turma. Para mim foi muito bom o aproveitamento, já que a perspectiva é um de meus pontos fracos no desenho. Consegui entender como funciona e como elaborar uma cena de forma mais harmônica.
Outra oficina que gostei demais foi a Oficina de “Tirinhas para todos” com o instrutor Ricardo Tokumoto. A ideia da oficina era mostrar que qualquer pessoa pode produzir tirinhas. Ricardo deu dicas de como ter boas ideias, mostrou que mais importante que o desenho bonito são as ideias com uma pitada de humor ou não. Foi legal ver o pessoal colocando a mão na massa, ou melhor, no papel e soltando a imaginação e criatividade. De minha parte consegui já pensar em uma ideia, em seguida elaborei as falas e já parti para o esboço. O tempo foi curto e não consegui finalizar a tirinha durante a oficina, mas trouxe e finalizei em casa com meu bom e velho Krita. O resultado pode ser visto a seguir.
O FIQ Fora!
Pouco antes de entrar no evento, assim que cheguei, percebi uma ou duas bancas do outro lado da rua na calçada. Após ter passeado no evento, visto tudo que eu gostaria, voltei lá fora e fui até o outro lado da rua. Encontrei um pessoal que poderiam estar dentro do evento, mas constatei após conversar com um deles que estavam alí por que não foram “escolhidos” para participarem lá dentro então estavam alí mesmo expondo e divulgando seus trabalhos. Me aproximei de uma banca atraído pelos gibis “O Clube da Criança Junkie” e troquei ideia com Leon, autor independente. Adquiri algumas de suas obras e conversamos bastante. Pude conhecer melhor seu trabalho onde ele faz boas críticas ao cenário sistemático mainstream. Futuramente posto aqui comentários sobre essa obra que gostei muito. Pode ser que faça também um vídeo.
(Foto: Botequim Vegano)
Já no sábado quando saí novamente no meio da tarde observei que a calçada já estava tomada por uma galera alternativa bem organizada. Havia um letreiro com os dizeres FIQ FORA. Achei muito criativo o nome do movimento desse pessoal que não conseguiu espaço no evento. Chamaram muita atenção. Depois eu descobri que desde o ano de 2011 esse movimento existe. Imagino que na próxima edição há uma boa possibilidade de haver uma mesa do HQ Pixel com essa galera heim.
Aquisições para coleção e futuras resenhas
E não dá pra ir em um evento desses e voltar de mãos vazias, não é mesmo? Mesmo com um orçamento um pouco apertado, deu pra comprar algumas coisas legais que gostei e trazer pra minha modesta coleção e produzir textos e vídeos para a internet.
Trouxe gibi com arte totalmente em aquarela do André Caliman com uma história riquíssima na cultura da região sul do Brasil. Das mãos da autora Renata C.B. L.zz eu adquiri um pequeno box da Andarilha que traz um pouco de terror. Estados Unidos da África foi um achado surpreendente, onde o roteirista Anderson Shon me convenceu ao apresentar sua obra. Trouxe também o gibi “Era uma Vez na Terra”, um faroeste de Gabriel Arrais e Dan Borges, onde pude conhecer o Dan, que assinou com uma dedicatória sua obra. Comprei também gibi de terror com contos maranhenses, alguns fanzines, um gibi de cordel e alguns infantis para as filhas. Ah, lembra do Leon que mencionei acima, aquele que estava do lado de fora? Comprei três edições do seu gibi independente chamado “O Clube da Criança Junkie” e ganhei um mapa de uma de suas artes de Street Fighter. Tudo isso vai virar conteúdo aqui no blog e lá no canal HQ Pixel Youtube, então não deixe de passar aqui de vez em quando e fazer uma visitinha lá no canal.
Muito bem, e essa foi minha participação nesse incrível evento. Com certeza irei me programar para estar nos próximos, se possível com o ZinePixel quem sabe? Vai ser legal levar o Punk Dog pra Belo Horizonte na próxima edição. E você? Já foi no FIQ? Comenta aí caso tenha ido e o que mais gostou. Vai ser legal ler seu relato também.
Vou ficando por aqui e agradeço imensamente sua visita, sua leitura e te convido para seguir as redes sociais e se inscrever no Canal. Até o próximo Post.
Marcos Antônio
Designer & Professor de Artes Visuais